Pantanal Norte

O relógio pantaneiro está no céu. Melhor dizendo, nas nuvens. As chuvas é que comandam a rotina desta planície sobre a qual deságuam numerosos rios vindos do planalto. Durante parte do ano, as águas cobrem os campos, determinando que homens e bichos convivam juntos em faixas estreitas de terra. Na seca, a água evapora e os animais retomam seus devidos lugares nas grandes fazendas de gado ou no único Parque Nacional a proteger a região, o do Pantanal Matogrossense.

Embora mais próximo da capital do Estado que o Pantanal Sul (Cuiabá está a cerca de 100 quilômetros), o trecho norte da planície pantaneira só começou a receber turistas há pouco mais de três décadas. Antes, era quase exclusividade dos entusiastas da pesca esportiva, que aqui encontram alguns dos rios mais piscosos do país.

Hoje, mesmo com a presença de alguns hoteis e pousadas, a parte do Pantanal situada no Estado do Mato Grosso (um terço de toda a planície) ainda é um lugar de difícil acesso, atravessado por uma única e precária rodovia: a mítica Transpantaneira. Cruzar suas 126 pontes de bike ou de veículo 4×4, cercado de bichos por todos os lados, é uma das muitas aventuras que o Pantanal Norte reserva aos viajantes.