Uma safra de plástico verde

O plástico aparece numa posição inglória entre os maiores vilões do meio ambiente. Uma garrafa PET, abandonada na natureza, poderá levar um século para se decompor completamente. A produção de objetos plásticos, a partir de derivados do petróleo e do gás natural, também contribui com uma parcela considerável (cerca de 5%) do total de emissões de dióxido de carbono, o CO2, um dos gases causadores do efeito estufa. É necessário plantar 314 000 árvores para neutralizar a emissão de carbono decorrente da produção de 10 milhões de garrafas PET de 2 litros cada uma. Apesar dos danos, o plástico está associado à vida cotidiana. Sua versatilidade, resistência e baixo custo o tornam difícil de substituir. As preocupações com o impacto ambiental, no entanto, estimularam a pesquisa de alternativas.

Na última década, a indústria química deslanchou o desenvolvimento de resinas plásticas derivadas de organismos vivos. O chamado plástico verde, originário de fontes vegetais como a cana-de-açúcar e o milho, começa a ganhar escala comercial e já pode ser encontrado em embalagens de cosméticos, alimentos e bebidas, nas sacolas que acomodam frutas e verduras nos supermercados e até no acabamento interno de automóveis. Na comparação com as resinas feitas de combustíveis fósseis, ele leva vantagem por ser originado de uma fonte renovável e causar impacto positivo na atmosfera, pois a fotossíntese da planta faz a captação do dióxido de carbono.