Menos subsídios para painéis solares

Berlim, Alemanha, 13/3/2012 – A Alemanha é capaz de produzir tanta energia solar quanto o resto do mundo junto. Porém, agora seu governo propõe drásticas mudanças nos subsídios para painéis fotovoltaicos, argumentando que a demanda é tão alta que já não pode manter essa tecnologia. Esse país tem capacidade de produção superior a 25 mil megawatts (MW). Somente em dezembro passado, acrescentou a quantia recorde de 7.500 MW ao seu parque solar. Isto equivale, em média, a cinco centrais nucleares. Nos dias claros, o Sol pode fornecer até 25% da energia do país.

O sucesso da energia no país se deve a uma generosa política de subsídios para promover as fontes renováveis, especialmente as células fotovoltaicas. O sistema de subvenções obriga as empresas públicas a pagar aos cidadãos que geram sua própria energia solar, por exemplo, com painéis nos tetos de suas casas. Na Alemanha também há cooperativas que alugam espaço em terraços de prédios públicos para instalação de módulos solares. Com os anos, a capacidade energética alemã mais do que duplicou o objetivo proposto pelo governo.

Entretanto, no final do mês passado, os ministros Norbert Röttgen, do Meio Ambiente, e Phillip Rösler, da Economia, apresentaram um plano para reduzir em quase 30% os subsídios à energia solar. A decisão foi tomada depois que Grã-Bretanha, Itália e França realizaram cortes semelhantes no ano passado. Na Alemanha, as subvenções já haviam diminuído 50% nos últimos três anos. Röttgen e Rösler propuseram, no dia 23 de fevereiro, que os cortes começassem no dia 9, deixando menos de duas semanas de preparação. Isto causou indignação na indústria solar e entre os ambientalistas, o que gerou protestos diante da Porta de Brandenburgo, em Berlim.