Uma porcentagem do nitrogênio contido nos principais fertilizantes empregados na agricultura se perde na atmosfera em forma de óxido nitroso (N2O), o mais potente gás de efeito estufa. Se essa porcentagem estivesse acima de certo limite na cultura de cana-de-açúcar, segundo estudos internacionais, o etanol brasileiro teria seus benefícios ambientais anulados pelas emissões de N2O e não poderia ser considerado um combustível limpo.
Realizando pela primeira vez um estudo com base empírica sobre a emissão de N2O em canaviais, um grupo de pesquisadores brasileiros demonstrou que o fator de emissão dos fertilizantes usados em canaviais está abaixo do previsto pelo Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), fortalecendo a argumentação favorável à sustentabilidade do etanol.
O estudo, publicado na Global Change Biology Bioenergy, revelou que o fator de emissão na produção canavieira brasileira só é elevado quando o fertilizante é aplicado em conjunto com a vinhaça, um resíduo da fabricação de etanol que é frequentemente reaproveitado nas plantações.