A visão ao sobrevoar o sul da Bahia é de encher os olhos, com um verde vasto e denso que cobre boa parte da região. O que poucos sabem é que sob a copa daquelas árvores se esconde um sistema secular do cultivo de cacau, conhecido como cabruca. A prática de “cabrucar” o solo, como dizem os locais, já foi uma das atividades mais rentáveis do Estado, sendo hoje apenas uma lembrança dos tempos áureos no imaginário de quem viveu esse período. O Projeto Barro Preto, que vem sendo desenvolvido para revitalizar o setor, além de comprometido com a sustentabilidade e com o aumento dos lucros, tem o objetivo de resgatar o orgulho ao povo que desenvolveu uma atividade agropecuária que é modelo de preservação ambiental.
Investir na recuperação dessa economia regional é o principal desafio da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), órgão criado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento em 1957 para fomentar o desenvolvimento do setor. A instituição desenvolve pesquisas tanto para o controle da vassoura-de-bruxa quanto alternativas para aumentar a produção de cacau. Segundo o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, o trabalho é, atualmente, desenvolvido “com o esforço participativo dos cacauicultores”. “O trabalho da instituição vai além desse apoio, pois fomenta ainda a diversificação de culturas para oferecer fontes alternativas de renda”, explicou.