Raramente eles estão do mesmo lado. Ruralistas e ambientalistas são côncavo e convexo nas interelações. Não se entendem nem mesmo para constituir leis. No Congresso Nacional, o maior embate dos últimos tempos, a rigor, se deu com a votação da reforma do Código Florestal. Até hoje não se chegou a um denominador comum. Os interesses são intrínsecos e as acusações partem de todos os lados. Berço esplêndido do agronegócio e uma das mecas ambientais do Brasil – com três ecossistemas – Mato Grosso é, certamente, o Estado em que esse cisma tem contornos especiais. O sistema fundiário complexo – por vezes até desconhecido das autoridades em alguns rincões – contribui ainda mais para que as posições se afunilem. Basta dizer que Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) se rivalizam.
O antagonismo de posições, curiosamente, no entanto, está beneficiando um setor considerado fundamental para o desenvolvimento do Estado: a pesquisa. Antes relegada a planos inferiores, o incentivo à ciência, tecnologia e inovação (CT&I) é um assunto que começa a se desenvolver em Mato Grosso e já ocupa um espaço privilegiado nas principais instituições de ensino. Em particular, nesses dois segmentos.