O mar vai virar sertão

Não há luar como o do sertão, e quem cantou essa moda o fez como ninguém: da sanfona de Luiz Gonzaga, tradição e inovação saíram juntas, compondo as notas do que se tornou um dos mais fortes pilares da cultura popular brasileira, o baião. Recriando a trajetória do compositor pernambucano e resgatando a história sertaneja, o Cais do Sertão Luiz Gonzaga, com inauguração prevista para o dia 13 de dezembro, chega à beira do mar em Recife um ano depois do centenário de nascimento do rei do baião.

“Queremos mostrar o Brasil sertanejo por meio do sanfoneiro fantástico que foi Luiz Gonzaga”, explica o antropólogo Antônio Risério, criador do conceito do museu. Para isso, uma equipe de artistas e especialistas viajou por grotões colhendo material para compor o acervo documental e buscando inspiração para as obras inéditas produzidas para o Cais. “É importante trazer para a beira-mar a cultura do sertão, que é riquíssima e pouco conhecida. E olhar para as raízes como algo que continua pulsando”, diz a curadora Isa Ferraz, que também foi responsável pelo Museu da Língua Portuguesa e montou em Recife uma exposição nos mesmos moldes de interatividade da casa paulistana.