Por quase três décadas, milhares de equipamentos obsoletos, como computadores, aparelhos de fax e impressoras matriciais, ocuparam um depósito de quase 300 metros quadrados nas dependências da usina hidrelétrica de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná. Nesse período, 63 toneladas de sucata tecnológica se acumularam – e a perspectiva era de alta. O descarte, porém, tinha de ser planejado. Havia a preocupação de evitar que os equipamentos velhos fossem parar nas mãos de sucateiros, que certamente jogariam fora parte do material. “Guardamos tudo durante todos esses anos porque até então não havia uma forma de darmos um destino correto a essa parafernália”, diz Fabrício Rocha, gestor de logística reversa da Itaipu Binacional. A solução encontrada pela usina foi fazer um leilão eletrônico. Em setembro, o material, avaliado inicialmente em 50 400 reais, recebeu 150 lances de quatro empresas, mas foi vendido por 9 400 reais.
O menor preço não foi um problema – o importante era que o vencedor do leilão provasse ter a tecnologia para realizar a chamada manufatura reversa, que inclui o desmonte dos equipamentos ao final de sua vida útil e a destinação ambientalmente correta de todos os seus componentes e materiais. “A partir de agora, quando precisarmos renovar os computadores, o fornecedor das máquinas ficará responsável pelo descarte final dos equipamentos antigos”, afirma Rocha.