Uma equipe de pesquisadores brasileiros e americanos descobriu a origem da grande quantidade de carbono presente nos rios da Bacia Amazônica. Com base em estudos realizados na foz do Rio Amazonas, eles concluíram que, ao contrário do que se imaginava, existem bactérias na água doce capazes de digerir a dura matéria lenhosa de cascas e caules de plantas. O estudo foi publicado na edição dessa semana da revista Nature Geoscience.
Na Amazônia, os rios carregam uma grande quantidade de plantas, troncos e galhos arrancados pelas chuvas tropicais. Acreditava-se que não havia tempo para que este material fosse decomposto antes de chegar ao oceano e, assim, todo o carbono contido ali ficasse estocado no mar durante séculos ou até milênios.
Mas durante os estudos de doutorado em Oceanografia pela Universidade de Washington, Nick Ward demonstrou que apenas 5% do carbono carregado pelo Rio Amazonas chega ao Oceano Atlântico. Boa parte do carbono (40%) fica armazenada nos restos de plantas depositados sobre o solo durante o percurso do rio. Mas a maior parte, 55% de todo o material é decomposto nas águas do rio.