A primeira parte do 5º relatório do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC), divulgada no dia 27 de setembro, alimenta a perspectiva de que a temperatura média do planeta aumentará significativamente nas próximas décadas. Consequências previstas, como a elevação do nível do mar, a desertificação, o derretimento das calotas polares e outros eventos climáticos, não acontecem de uma hora para a outra. Mas há grupos de seres humanos que já sentem na pele os efeitos desse aquecimento. Os migrantes ambientais, também chamados de refugiados climáticos, precisam abandonar sua terra natal devido a alterações no meio ambiente.
De acordo com a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), havia mais de 50 milhões deles em 2010. “E a previsão da organização é de que, em 2050, esse número chegue a 250 milhões”, salienta o climatologista Francisco Eliseu Aquino, chefe do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).