Dia Mundial do Meio Ambiente

Ano 2001. Novo milênio. Alta tecnologia, clonagem, transgênicos, plástico biodegradável, alternativas para o isopor. Nunca se viu tamanho avanço na ciência em tão pouco tempo.

Infelizmente, em relação ao meio ambiente este avanço continua pouco visível. Embora iniciativas de pesquisas sejam feitas, a aplicação de tudo isso continua restrita ou até parada. Não vemos no nosso dia a dia o plástico biodegradável, nem o provável substituto do isopor. A própria coleta seletiva de lixo, com seu posterior tratamento e reciclagem tem encontrado dificuldades para se difundir a todos os municípios de maneira adequada.

Satélites monitorando as variáveis ambientais, denunciando devastações, queimadas e poluições têm sido utilizados. No entanto, pouco vemos sobre a aplicação das leis ambientais sobre as grandes empresas poluidoras. A não ser em casos isolados, como nos últimos acidentes com a Petrobrás.

Descasos ao meio ambiente, de grandes ou menores proporções, são diariamente relatados e observados por todos, não nos cabe repetir neste momento. Também é desnecessário dizer que o futuro do meio ambiente depende da atuação de cada um, e que cada um deve fazer sua parte. Essa premissa já deve ser conhecida de todos e deve estar no consciente de cada um, que o meio ambiente compreende também a sua casa, seu bairro, sua cidade, e não apenas à Amazônia.

Acho desnecessário repetir que todos devemos separar o lixo para reciclagem, emitir menos poluentes, não desperdiçar água, proteger as árvores, não jogar lixo na rua, etc, etc, etc.
No entanto, a luta pela qualidade de vida deve continuar, individualmente ou em grupo, em casa ou na rua e, principalmente, pelo nosso Governo. É o Governo que deve dar exemplo e, principalmente, os meios para que possamos ajudar nosso meio ambiente. Não adianta termos consciência que devemos reciclar, se nosso município não tem o suporte técnico para isso. E nós temos arma para isso: o voto.

Não entendam esta nota como um discurso panfletário, anarquista, ou como propaganda política da oposição. Infelizmente, ao lutarmos por um mundo melhor, esbarramos na política que é a detentora do poder maior.

Como cientistas, pesquisadores, nós biólogos temos que lutar para preservar o que é de nosso direito. Nosso direito de pesquisar e fazer ciência utilizando o que temos de mais importante em nosso país, a biodiversidade. Não podemos deixar que estrangeiros sejam possibilitados de fazer estas pesquisas e depois venham vender seus produtos obtidos a partir de nossa matéria prima, como se fosse a coisa mais natural do mundo.

Nós somos capazes. Basta termos os recursos necessários à nossa disposição, ou seja, precisamos de incentivos para a ciência e tecnologia não só em relação ao meio ambiente, mas também para as outras áreas.

Queremos comemorar o dia do meio ambiente. Não com discursos evasivos ou propagandas, como sempre é feito pela mídia e pelo governo mundial. Mas com ações, práticas determinadas e incentivo à preservação e à pesquisa.

Fonte: Rubens Pazza