Verde, sim, mas longe daqui

Nos últimos meses, os moradores de Nova Jersey começaram a notar um novo tipo de intervenção urbana nas ruas do estado: painéis solares instalados nos postes de eletricidade. Os painéis não são muito grandes. Cada um tem cerca de 1,5 metro de largura por 80 centímetros de comprimento. Mas eles são muitos. A empresa responsável pelo pro jeto, a Public Service Electric and Gas Company, atua em quase todo o estado e tem planos de colocar os coletores em 180 000 dos 800 000 postes em sua área de concessão. Nova Jersey tem o segundo maior parque solar dos Estados Unidos, atrás apenas da Califórnia, estado que lidera o desenvolvimento e a adoção de tecnologias verdes.

Mas muitos moradores do estado, que também tem a maior concentração de lixões dos Estados Unidos, não gostaram nada da ideia. Para eles, a natureza fica em segundo plano — o problema é de poluição visual. Alguns reclamam da feiura dos painéis. Outros dizem que a novidade pode desvalorizar suas casas. Thomas Riche, viceprefeito da pequena cidade de Ridgewood, no oeste do estado, conseguiu paralisar a instalação alegando que os painéis poderiam interferir em sistemas de comunicação nos postes. “Não somos contra a instalação dos postes, mas há maneiras mais eficientes de gerar essa energia”, diz Riche. Al Matos, vicepresidente de renováveis e soluções energéticas da PSE&G, afirma que esse argumento é inválido. “Nós já temos os postes. Essa é a maneira mais rápida de implementar um projeto desse tamanho. E todos os postes já estão ligados à nossa rede.”